sábado, 23 de dezembro de 2017

"MORRER DE AMOR NÃO DÓI"

Amor primitivo, amor carnal, amor projetivo, amor fantasioso, amor louco, amor de amigo, amor de irmão, amor platônico, amor de cama ou de uma transa.... São amores! Quem dirá que não!? 
Aprendi que se há transformação, modificação, operação de pensamentos e entranhas em uma relação, esta se vivendo o AMOR!


Diz Rubem Alves, que a instituições religiosas trancafiam Deus em gaiolas quando o definem em seus conceitos teológicos. Eu penso que o mesmo fazemos com o Amor. Cresci em um mundo em que o amor foi conceituado e condenado a circunferências limitantes e sufocantes - gaiolas - e que se transformou em pássaro raro e de estimação que apenas os especiais e santos os têm. 




Estuda-se o amor como objeto da ciência, discute-se e divaga-se sobre o amor nas mais diversas escolas da filosofia, as religiões proclama-o como meta da moral, enfim, analisa-se, apregoa-se e afirma-se que o amor verdadeiro é aquele que é trancafiado e  aprisionado em teorias, conceitos e valores padronizados. 

Amor é liberdade, dizem uns.
Amor é renuncia, dizem outros.
Amor é desinteresse, dizem os outros mais.
Pronto! Temos os doutores do Amor. São aqueles que além de teorizar o que é o Amor impõem suas verdades aos demais a sua volta dizendo " não, se não é assim, não é amor. É paixão, projeção, pertubação, obra do demônio... mas amor não é." 
E qual o resultado disso? Pessoas sofrendo por não ter o pássaro de estimação de nome Amor. Sofremos por não vivermos um amor idealizado e apregoado pelos doutores do Amor, pois, como lembram tais intelectuais: amor é para o sábios, para o integrados, para os individuados, para o de personalidade ampla e desenvolvida, para os puros e livres de pecado. Ou seja, amor elitizado. 
Imersos nesse sofrimentos, produtos como: análises, retiros espirituais, exercícios e oficinas que vendem serviços de transcendência ganham destaque nas meios mediáticos, pois vendem a ideia de que por meio da aquisição de seus produtos os marginalizados do amor - nós - vai poder finalmente ascender, evoluir, torna-se sagrado e conhecer o tão celeste amor. E então, a comercialização do amor alcança seu objetivo. Ora, comprar um produto e ter resultados extingue clientes, a não ser que o anuncio afirme que os resultados são a longo prazo, como fazem boa parte desses serviços. 
Nota de esclarecimento: Que fique claro, que minha opinião não é generalista e muito menos condenatória. Inclusive, sou estudante de psicologia e certamente trabalharei como psicoterapeuta. A minha alusão aqui é sobre os pseudoprofissionais que se beneficiam da inconsciência coletiva e buscam tirar proveitos próprios deste estado de massificação.  

Pois bem, iludidos e desolados afastamo-nos das vivências, das experiências, da carne, do sangue e da dor e passamos a viver anestesiados e hipnotizados seguindo vozes das ideologias e conceitos essencialistas. E, aí sim, pálidos, fracos e esmorecidos buscando o amor como meta, não temos energia para perceber que o Amor é a origem, o meio, o caminho e o caminhar. 




Eu tive um sonho lindo que me teve, no qual uma voz afirmou: "Morrer de amor não doí" 

Sim, amor mata! Amor sacrifica! Amor transforma e transmuta! Amor não é só o lado bonito, positivo e quase inalcançável da condição humana. O amor possui seu lado sombrio, mas não o aceitamos e nem os identificamos porque somos contagiados por por sua versão revisada e conceituada. O amor é uma vivencia arquetípica que guarda em seus mistérios a convivência dos opostos . 

"Amor trata-se do que há de maior e de mais infinito, do mais longínquo e do mais próximo, do mais alto e do mais baixo e NUNCA qualquer um desses termos pode ser pronunciado sem seu oposto. Não há linguagem que esteja à altura deste paradoxo. O que quer que se diga, palavra alguma abarcará o todo." (JUNG,2015,p. 348) 

Sendo assim, toda vivência que mexe com seu corpo, seus pensamentos, seus sonhos, suas atitudes é AMOR. 

Rubem Alves, um dos meus casos de Amor, afirma algo lindo sobre o corpo, sobre a alma;
"Como se fosse um instrumento musical, o corpo somente reverbera com aquilo que lhe é harmônico. Como poderia amar o Adágio da Sonata 31 nº2 de Beethoven, que estou ouvindo, se ele já não existisse em mim, como desejo e nostalgia? Não, não é adágio da sonata. É o meu adágio, pedaço arrancado de mim que Beethoven transformou em música. O que o meu corpo recolhe é o mundo que já morava nele como uma ausência. O corpo é a presença da ausência." (ALVES, 1995, p.23) 

Lindo não!? Tudo o que chama, provoca, excita, comove, reverbera, afeta é o Amor acontecendo.  O outro, o externo me lembra - sem eu ter consciência dessa lembrança - do pedaço faltante, o conteúdo, a ausência, a amplitude e a profundidade, que por hora, se anuncia e pulsa fora de mim. 
Quantos corações temos pulsando fora do peito? 


É claro que corações que batem fora do peito nos condicionam e podem nos deixar aprisionados. Podemos tomar como exemplos pessoas que precisam de rins artificiais (hemodiálises) para se manterem vivas e saudáveis. Infelizmente, são pessoas que precisam se condicionar a algo externo por ter um comprometimento de um órgão interno. 
É preciso incorporar um coração que bate fora do peito. E como se faz? Convivendo, vivendo junto, criação de relação até que o outro seja apenas sinal do amor que agora pulsa em si mesmo. Sabe aquela frase "eu amo amar você"? Ou seja, me amar quando amo você é o caminho do recolhimento. 
O que é lindo disso, é que vivendo o amor em seu estado bruto e original passamos ser um corpo de muitos corações. E a experiência tem me mostrado que quanto mais corações me coabitam maior e mais forte me torno. 

Tem ainda um outro trecho do Rubem  que eu não podia deixar de introduzir nessa perspectiva:


"Somos o jardim que plantamos. Ou o jardim que amamos, sem que o tenhamos plantado, mas que o outro plantou. E quando isso acontece podemos ter certeza de que sonhamos sonhos parecidos. É possível  que possamos nos tornar conspiradores... Eu e o outro jardineiro" 

Isso é de uma profundidade...
Quantas vezes nos apaixonamos por obras literárias, cientificas, artísticas e vivemos um arrebatamento por elas? Amar o jardim do outro (produção, atitude e etc) é sinal de que há em nós formas e sonhos que se projetam buscando ali conteúdos que preenchem nossas margens vazias. E como diz Rubem, "podemos ter certeza que sonhamos sonhos parecidos." Ou seja, eu e o - autor, o artista, o teórico, a outra pessoa - somos conspiradores, amantes, parceiros ligados pelos mesmos sonhos, imagens e formas. 
É um caso de amor!!  


Portanto, se transforma, se cria consciência, se convida cada pedaçinho de mim, isso é a vivência do amor. Como dizer que o amor é isso ou aquilo, se ele é maior do que essas especulações e não tem um ponto de vista apenas? O amor é experiência e sendo vivência não cabe definições. 

Ahhh, morrer de amor doí sim... Dói porque mata uma das mais parte mais vulnerareis e sensível de nós - o egoismo. Mata para fazer nascer, nascermos para o AMOR, pois, ELE é a origem e a meta. 

E depois, pensando bem, morrer de amor não dói mesmo...





Referências (além das minhas próprias vivencias e experiências)

ALVES, Rubem. O quarto do mistério. 2.ed. Campinas: Papirus,1995. 

JUNG, C.G. Memórias, sonhos e reflexões. Ed. Especial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015. 


quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Somos terra, semente, jardineiro e semeador. Somos o que Flore Ser

Já cantava o poeta:

“É primavera...E o céu está tão lindo (vai chuva)...”

O céu azul em contraste com os ypes amarelos, juntamente dos cantos dos passarinhos anunciam: Um novo tempo se aproxima.

Tempo de cor, de som, de aromas, de novas texturas, novos tons... De vida nova.
A Natureza de forma despretensiosa nos convida a germinar, a brotar e a florir. É quase impossível não ser tocado pelo canto festivo das andorinhas, não ficar espantado com o desfile das cores das flores e o bailar das borboletas.
Não me lembro de me sentir tão tocada e sensibilizada com essa estação, como neste ano. De verdade, sinto que o movimento de germinar e brotar está  forte e intimamente ligado com os meus movimentos. Sinto-me conectada com a natureza e sendo fiel ao seu ciclo.





Contudo, ao passo que me sinto nascendo e me experimentando diferente, me assusto e me choco com as mazelas de ordem social, política e cultural o qual estamos vivenciando atualmente.  A Natureza dá o tom. O meu mundo interno vibra. Mas parecem-me que em volta não há terra, apenas amontoados de tijolos e pedras secos e frios.





  Há uma parábola, narrada por um dos maiores contadores de história dos últimos tempos, que diz: certa vez “um semeador saiu a semear. E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves e comeram-na; e outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra funda. Mas vindo o sol, queimou-se e secou-se, porque não tinha raiz. E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e um, a cem, outro, a sessenta, e outro, a trinta.” E o contador terminava dizendo: “Que tem ouvidos para ouvir , que ouça.”

As imagens dessa história me invadiram quando eu estava divagando em pensamentos de preocupação e de perplexidade com o mundo. Quando eu me questionava se todo esse espetáculo que a natureza está oferecendo (o advir da primavera) está sendo vista, contemplada, refletida, ou ao menos observada, por esse mundo composto de pessoas ocupadas em ideologias, discursos de ódio, preconceitos e desejo de poder.

E então, dei-me conta que em outras primaveras eu também não estava assim tão ligada, integrada e maravilhada. Dei-me conta que num tempo não muito distante, precisamente há algumas semanas atrás, eu era o “pé do caminho”, o pedregal e os espinhos, onde toda e qualquer semente lançada não criava raiz, porque eu não tinha terra funda.  Porque eu não me permitia ser verdadeiramente profunda.
Dei-me conta que muitos semeadores passaram por mim e que não foi culpa deles eu não ter germinado.
Dei-me conta que horas somos terra noutra somos o semeador.

Como poderei julgar o mundo e as pessoas que não estão a florescer em idéias novas, palavras de amor e atitudes de responsabilidade, se eu por muito tempo também fui terreno infrutífero? Se por muito tempo precisei secar e morrer.
Hoje, se estou brotando e florescendo é porque independente do solo que fui, algum semeador, ou alguns semeadores, não desistiram de lançar suas sementes.
Independente se eu tinha olhos de ver e ouvidos de ouvir a natureza não deixou de realizar seus espetáculos... Nem os pássaros deixaram de cantar, nem as flores de desabrochar, nem a semente de germinar.
No mais profundo dos silêncios, no mistério do invisível, tudo estava a se realizar mesmo quando eu não tinha atitude de me voltar para esses belos fenômenos.





Reflito ainda que se permitir germinar e florescer carece de uma atitude de humildade, de se tornar terra fofinha e acolhedora.  Ou seja, além de sermos solo e semeador, também somos nossos próprios jardineiros.  E mais, só seremos primavera na vida dos nossos se vivermos nossas primaveras internas.
Só teremos o que semear se tivermos sido semeados...
Só teremos disposição para continuar a distribuir sementes de amor se não desistirmos de nossas terras secas, frias e espinhentas.
Só saberemos cultivar o mundo quando fizermos esse cultivo com nós mesmos.

A partir disso, compreendi porque as imagens da parábola do semeador tomaram meu coração. Elas me anunciavam que não devo desprezar meu momento em decorrência do atual cenário que me circunda. Que não devo decepcionar-me com os que não vêem ou não ouvem. Que não devo desanimar e interromper a semeadura.
Pois, “é preciso amor para poder pulsar, é preciso paz pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir”

Sendo assim, que a primavera nos inspire a ser terra, semente, jardineiro e semeador...
Que a primavera nos ensine a desabrochar amor..
A mim,
A Você
Ao mundo!




quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Contos de fadas, princesas, jornada da heroína, Elena e eu.

Recentemente assisti um filme bem inocente que fez um mega barulho em meus pensamentos. O filme, uma animação da Disney, que se chama "Elena e o Reino de Avalor", é um conto de fadas. 




Eu sempre tive ressalvas, e até mesmo fui indiferente, com os contos de fadas. Para mim eram "estórias" muito distantes da realidade e que sempre traziam as mesmas concepções; o bem vence o mal, o príncipe salva a princesa e todos foram felizes para sempre...
Nunca me identifiquei com nenhuma das princesas. Talvez, isso tivesse haver com os contos que me foram apresentados, não sei. Mas, aos que eu conhecia nunca fiz nenhum tipo de identificação. Por exemplo, nunca me enxerguei em Cinderela, Branca de Neve, Rapunzel e etc.  Ao contrário, eu queria ser o herói da história, aquele que lutava, que enfrentava os dragões e que era reconhecido por todos. Ou seja, eu queria o papel do homem. 

Contudo, minha relação com as histórias sempre foi muito forte. Minha vó Tereza - minha grande contadora de histórias - por ser uma mulher muito católica, me enchia de parábolas e de histórias diversas que permeavam sua cultura de mulher simples e da roça. Ahh! Como eu adorava seus causos... 




Pois bem, entre a menina que gostava de histórias, mas que não via graça em contos de fadas, e essa de hoje que vos escreve, há um vale cheio de circunstâncias, acontecimentos, encontros e experiências... E o resultado é que a menina/mulher de hoje é contadora de história e estudante (iniciada) em contos de fadas, além de outras facetas, é claro! 

Descobri que os contos de fadas são muito - mas muito mesmo - mais profundo que aquela ideia que eu tinha. Descobri que eles trazem inúmeros aspectos da realidade humana que estão além do bem vencer o mal e do casamento da princesa com o príncipe. Hoje, por exemplo, eu sei o que realmente quer dizer  "foram felizes para sempre".
Mas, ainda sim ficava um tanto desconcertada com a ideia da mulher ser representada nos contos, quase sempre, como a que precisa ser salva ou a bruxa má. Só que é interessante que esse desconcerto não se dava por questionamentos meus e sim apenas por uma indiferença a essas histórias. Se me perguntassem: "por que você não gosta das histórias de princesas?" Eu diria: "não sei, apenas não gosto!"

Como eu disse acima, existe uma trajetória minha percorrida em um vale na floresta que me conduziu à ambientes e à companhia de pessoas que tinham muito a me explicar sobre coisas que eu ignorava por simplesmente não entender. E, uma dessas coisas, era sobre as princesas e seus mundos mágicos.




Eu era indiferente as histórias de princesas porque não me identificava com elas, porque não me falavam ao coração, porque eu queria um outro papel para a mulher nos contos de fadas. Porque a jornada do herói tinha como objeto, quase sempre, apenas os homens. 

É importante que se esclareça que todas as histórias precisam ser contextualizadas em tempo, época, cultura, crenças... 
O que apresento não é que os contos de fadas estão ultrapassados, ao contrário, eles são atemporais. O que apresento é que como a vida, os contos são vivos e dinâmicos e, por mais que perpetuem a história da humanidade, eles estão em transformação e em construção. Ou seja, eu era indiferente àquelas histórias porque elas estavam sendo apenas repetidas e não reformuladas, recontadas, transformadas. 
O que eu não sabia, e que foi a minha grande descoberta, era que eu podia ser personagem principal do meu próprio conto de fadas e que o meu fazer história pode estar a compor novos contos literários. Isso é de uma beleza e de uma alegria inenarrável, pois, isso significa que certamente estaremos eternizados em contos que nossos descendentes irão ouvir. Isso quer dizer que meninas, como eu já fui um dia, poderão ouvir histórias onde a jornada da heroína tenha sua marca e suas características próprias. Isso quer dizer que os contos de fadas são contos de vidas. 

Despertei para o fato de que não precisamos e não devemos ficar repetindo padrões, temos como dever criar novos. Lembrando que esses padrões, por sua vez,  por algum tempo farão sentido e felizmente serão quebrados. 
Criando, vivendo e transformando. Criando, vivendo e transformando. Criando, vivendo e transformando...

Me atentei que o nosso grande erro é apenas ir vivendo... É preciso mais, é preciso transformar, é preciso Criar. 

Claro, que hoje estudando psicologicamente os contos sei que a mulher adormecida a espera do homem, não se refere ao seu aspecto literal e sim simbólico. E isso é tão precioso! Pois, os contos de fadas há muitos e muitos anos vem nos alertando que o lado feminino está sendo preso em masmorras, envenenado, renegado... Ou seja, nosso antepassados há tempos vem nos sinalizando que é preciso despertar, é preciso lutar, não permitir essa subjugações. É preciso parar de ferir nosso lado feminino!  
E para isso é preciso parceria, relações, encontros. 




Mas o que tudo isso tem haver com Elena e o reino de Avalor? 




A menina, aqui, que não se identificava com as princesas da Disney foi assistir bem despretensiosa a uma animação e se depara com um conto de fadas que apresenta a princesa tomando posse de seu reino. Um filminho inocente, à primeira vista, mas que apresenta a jornada de uma jovem mulher, que aguardou 41 anos para ser libertar e tomar a governança de seu mundo. E detalhe, quem a liberta é uma menina curiosa, corajosa e imaginativa. Não é um príncipe. 
Elena e o reino de Avalor traz a primeira princesa latina da Disney, traz a força e a vigor das mulheres guerreiras desse continente. Elena não precisa partir em missão - ao contrário do tradicional herói - Elena precisa é restabelecer algo que lhe pertence. Elena assumi aquilo que é seu por direito. 

Não quero dar spoiler aos que se interessarem a assistir, contudo, não posso encerrar sem antes contar outra grande diferença dessa história para as jornadas tradicionais do herói.
Elena não enfrenta seu problema sozinha, ela o faz mediado por vários personagens e em conjunto com o povo de seu reino. "Ela é a escolhida, mas não é a única" como diz o guia espiritual do conto. 
Um conto que fala de coletividade, de empoderamento, de um bem comum, do despertar da força feminina.

Ver a arte representando as mudanças que várias gerações de mulheres vem travando durante o percurso de nossa história humana, é a graça de poder confirmar que SOMOS NÓS que fazemos nossos contos de fadas. 




Não foi apenas um "assistir" inocente de um filme, foi uma tomada de consciência que me mostra que eu e Elena temos muito em comum. 






quinta-feira, 27 de julho de 2017

Jung e Eu, encontros e confirmações.

Estava eu retomando um livro de cabeceira que se chama "Carl Jung - Curador ferido de almas" da Claire Dunne, quando me deparei com um fragmento que ela traz, inclusive, referenciando vários trechos que o próprio Jung descreveu, que me causou espanto e boas doses de insights...

É interessante que eu já tinha entrado em contato com esse fragmento da vida de Jung quando li Memórias, Sonhos e Reflexões (MSR), que por sinal, é meu livro de cabeceira também. 
Impactada pela emoção que me correu o corpo e os pesamentos diante do que Dunne apresentava fui correndo ao MSR encontrar o trecho e beber na fonte... E estava lá, sublinhado, circulado, marcado... Porém, só agora fazia todo o sentido do mundo. 

Do que se trata esse trecho? Vamos lá.. Vou discorrer resumidamente...

Com 69 anos (1944) o velhinho danado teve um enfarto cardíaco que o deixou vários semanas internado e em experiência de quase morte. Ele relata com preciosidade as visões que teve nesse período. Mas, como não era sua hora recuperou as forças e viveu ainda por mais 17 anos. Segundo o Jung, foi depois dessa experiência que tempos de grande produtividade se iniciaram. Ele relata que muitas de suas principais obras surgiram depois desse episódio de sua vida. 

E foi diante disso que algo me iscou com tamanha força que me impedia de virar as páginas e seguir a leitura. Eu fiquei parada diante dos dois livros matutando: Com quase 70 anos de vida e o cara diz que foi aí o período de maior produtividade. Com quase 70 anos de experiências, ele (re)encontra vigor e disposição para concluir algo, que segundo ele, somente após essa vivencia  de transcendência o fortaleceu de coragem e aceitação incondicional para assumir seu Ser e sua existência. Ou seja, quando ele já poderia ficar tranquilo e sossegado com toda a reputação que já tinha construído em todos esses anos de vida, ele se aceita e aceita o seu destino de continuar o que tiver de ser sem se preocupar com julgamentos e valorações. 
É ou não é o Cara??

Ele descreve que foi nesse momento que ele se colocou a produzir e a escrever o que sempre o perturbou sem melindres e  resistências, entendendo que " a existência das ideias é mais importante do que seu julgamento subjetivo". Contudo, como homem sensato e que sempre buscou a integração e a totalidade da psique, adverte que os julgamentos não devem ser reprimidos ou rechaçados, mas sim que devem perder seu caráter constrangedor e castrador das ideias originais. 

Por que eu fiquei tão fortemente mexida com essa passagem?    

Porque o que Jung descobriu com 70 anos eu vivo na minha terceira década. 
Eu tenho vivido exatamente esse imperativo...

  • Se deixe guiar por sua intuição
  • Se transforme para deixar agir o livre fluxo das ideias e do destino
  • Aceite e acolha incondicionalmente seu Ser e sua existência
  • Coloque a margem o peso do julgamentos, especialmente os meus próprios.
  • Aceite seu destino.  



Pode parecer prepotência ou soberba... Como assim o "cara"  leva 70 anos para vivenciar tal profundidade e a mocinha chega aí e diz que está a experimentar tal vivência? 

Como bem descrito acima, coloco o julgamento a margem e me concentro no insight puro e cru. 
Ter me deparado com essa passagem, daquele a quem autorizo me ensinar, fez despertar em mim a responsabilidade do conhecimento que se delineia e amplia minha consciência.  
Me senti "obrigada" e designada colher, acolher e abraçar tal momento que vivencio com honra e destreza. Isto é, se haviam dúvidas, medos, receios e insegurança, é hora de se prontificar e ACEITAR. É ser digna e leal com aquele que aceitou seu destino em deixar um legado aos seus descendentes. 

Não se trata de seguir a cartilha do mestre e sim de aprender com os acertos, permitindo assim acelerar o processo que já está em curso. Pois,daqui em diante que eu possa cometer erros novos e com isso trajetórias novas. 
Seria um desrespeito levar 70 anos  para simplesmente testemunhar que Jung estava certo. Que aos meus 70 anos eu possa ter coisas inéditas para contar o que aprendi com a vida, a exemplo daquele que por hora me inspira.  

E desta forma eu encerro com suas palavras:

Mas quando seguimos o caminho da individuação, quando vivemos nossa vida, é preciso aceitar o erro, sem o qual a vida não será completa: nada nos garante - em nenhum instante - que não possamos cair em erro ou em um perigo mortal. Pensamos talvez que haja um caminho seguro; ora, esse seria o caminho dos mortos. Então nada mais acontece e em caso algum ocorre o que é exato. Quem segue o caminho seguro está como que morto. 

Fontes: DUNNE, Claire. Carl Jung - Curador ferido de Almas. São Paulo: Alaúde Editora, 2012.
             JUNG, C.G. Memórias, Sonhos e Reflexões. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
  



quinta-feira, 20 de julho de 2017

Amigos: dos reais aos imaginários.

Dia 20 de julho é um dia dedicado para celebrar as amizades e os grandes amigos. Eu, como uma boa rebelde - quase sem causa- não me atento muito a essas datas especificas de comemoração. Sou mais adepta dos instantes, dos momentos, das riquezas diárias, o que faz de mim uma romântica profunda e quase sempre "piegas". Meus amigos até podem testemunhar sobre isso...
Mas hoje me senti envolvida com a comemoração e até empenhada em me juntar a festa das redes sociais. Contudo, antes de qualquer demostração midiática  aos meus amigos me peguei namorando cada um deles em meus pensamentos e coração. Pensando em suas qualidades e características únicas, nas suas particularidades irrepetíveis, nas suas formas que se adaptam e se encaixam tão naturalmente às minhas. Me peguei pensando onde os conhecerá...Quando nos encontramos pela primeira vez... Que fato ou momento nos colocou tão juntos e tão conectados...
Neste ato me senti tão rica e tão afortunada que desejei fazer a eles um envio de algo sagrado. Isso, uma transmissão de pensamento, o emanar de energias de amor, uma declaração de alma, uma oração. 
E foi nesse instante que algo tão mágico e acalentador me invadiu a mente. Eu também precisava fazer essa homenagem a alguns amigos muitos especias: aos meus amigos imaginários. Pasmem, eu os tenho!




Eu me lembrei que quando criança eu tinha uma amiga imaginária que eu a chamava de Menina. A Menina me acompanhou por um bom tempo. Com ela eu trocava altas ideias, filosofava até. Hoje eu sei que aquilo era brincar de existencialismo. Lembro das meus desabafos a ela, das vezes que disse que estava triste sem ter motivo. Lembro que eu dialogava com ela como se ela estivesse me respondendo. E estava, mas era eu que fazia sua locução. Era ela usando de minha voz para ter espaço. 
A Menina foi embora, mas nunca mais fiquei sozinha. Sempre conversei comigo mesma e sempre travei diálogos extensos e profundos acerca de minhas inquietações, angustias, medos e euforias.
Têm também os cadernos, os diários... Quer dizer, até hoje os tenho. Amigos que sempre me receberam de portas abertas. Ou melhor, de páginas abertas. Depois que ouvi a musica "caderno" do Toquinho, tive certeza que eles eram vivos e meus fieis companheiros.
Pois bem, mas a aventura de amigos fantásticos estava só começando...
Quando fiz minha formação de contadora de histórias e travei um diálogo com uma bonequinha que se chamava Ancestralina, pronto! As portas da fantasia foram escancaradas! De lá para cá, fico atenta a bonecas e personagens inanimados que me convidam para uma proza. É assim, lá estou eu andando pela feirinha e de repente eles me convocam e me escolhem como amiga, e, então, passam a morar nas prateleiras do meu cantinho amado. Isso quando não vem para o lado da minha cama. 
Sou uma mulher de 32 anos que, de vez em quando, dorme agarrada com bonecas. Espera, não com bonecas, mas sim representações e símbolos de mim. Partes de mim que estou a conhecer, a me relacionar, a me ouvir.
A Graciosa foi a primeiraboneca , hoje eu tenho o Alfredo, a Masu, a Astrid, o Salamão, a Maria, a Ana Luz e a Margateth. Espero que não esteja esquecendo de ninguém... Alguns vieram a mim por intermédios de pessoas muito especiais, foram verdadeiros presentes. Aliás, adoro ganhar essas companhias. Fica a dica! rsrsrs
Cada um tem um perfil, características, peculiaridades, e, assim como meus amigos humanos, entraram em minha vida em momentos específicos e especiais. Transformaram o trivial em significativo e marcaram minha vida com um negocinho chamado: encontro.

Preciso ainda citar os tantos outros que não se materializaram em bonecos, mas que habitam meu mundo interno: Filip, Joana, Carmem, Athena, Raposas,.. Também com eles houveram encontros lindos permeados de emoção e muitas vezes de dor. Mas, são meus amigos e como bons amigos estão sempre ao meu lado. Quer dizer, sempre dentro de mim, me guiando e me dando vozes diretivas e sábias. São minhas vozes internas.

O interessante foi que; em meio a essa divagação toda me dei conta de que eles são mesmos meus amigos fiéis, já eu com eles... deixo a desejar. Pois, nem sempre silencio para escuta-los, nem sempre sigo seus conselhos, nem sempre confio neles, nem sempre acredito neles... Vários são os períodos que os abandono às margens de mim.
Tá aí, esse 20 de julho traz  mais do que uma comemoração da amizade, me traz os seguintes questionamentos: Como está sua amizade consigo mesmo? Tem sido digna dos que habitam seu interior? Tem sido humilde em escutar-se?

E foi então, após todo esse inventário de vida e de existência, que tive a certeza, mais que certa,que amizade é coisa linda, pura e mágica. E que ter amigos, sejam os de carne e osso, de magia e fantasia, de pêlo e focinho, é uma das coisas mais sagradas da condição humana. Termos a capacidade de cativar e sermos cativados nos mostra quão profundos e belos podemos ser! Afinal, nos tornamos eternamente responsáveis pelo que cativamos né!?





quinta-feira, 13 de julho de 2017

O poder dos sonhos, das fantasias e dos desejos... Só agora minha alma entende.


Cuidado com seus desejos! Seres mágicos podem ouvir e atendê-los. Estará preparado para que a realidade se faça baseado em sonhos? Terá estrutura para vivenciar ao invés de só sonhar?


Não se engane! Para que  um sonho se transforme em realidade você terá de se transformar. 
Somente agora eu entendo porque muitas vezes não passamos de um bando de loucos correndo atrás de fantasias e ilusões... É pelo simples fato de não termos coragem de nos modificar.
Temos o infantil entendimento de que devemos deixar a vida fluir e acontecer, de que o que tiver de ser assim será... Pobre de nós! Achamos que a natureza está aí para satisfazer nosso bel prazer.  
É com dor e até com raiva que descubro que desejos, fantasias, sonhos são formas naturais sim de nos mover, mas vão além disso.  São formas naturais de nos refazer, de nos modificar, de nos moldar e lapidar ao então, tão citado e quase idolatrado, fluxo natural do universo.

Para ser digno dessa vida fluídica é preciso se equacionar a ela. É preciso estar imersa e a mercê dela. É preciso aceitar as operações sem anestesias que ela nos opera.


Quando algo muito profundo e verdadeiro tocar a sua alma, te levar ao céu e ao mesmo te conduzir ao inferno, respire fundo... Você está tendo a oportunidade de expansão, crescimento, evolução. Você foi premiado!

Mas cuidado! Recado aos ingênuos e prepotentes: se foi tocado e persistir em manter-se o mesmo que sempre foi, com seus valores e ideais, com suas vontades egóicas e saberes cristalizados, com um ledo orgulho de sua personalidade, lamento informar que do inferno nunca mais sairá. 
Seus desejos e fantasias se intensificaram de tal forma, com tamanha proporção que você terá certeza que estará a enlouquecer. Chegará um ponto em que tentará fugir dessas sandices, como diabo foge da cruz. Chegará a odiar ter desejado, sonhado, imaginado... Você achará que é o  criador de tudo isso  e que por isso poderá tudo destruir, mas o que não sabe é que são eles (sonhos, ilusões e desejos) que o obtiveram e é eles que estão a te (re)criar. Fugir e negar é dar eles força sobrehumana.

Olhando bem e de forma carinhosa, é uma graça. Mas quando invadido e arrombado e tendo sua sanidade e paz perturbada, não há outra palavra que represente melhor senão a “desgraça”.



Eu sonhei, eu desejei, eu imaginei e o inferno eu conheci. Ninguém me avisou disso que agora eu os alerto. Ao contrário, me disseram que não há reconhecimento do AMOR sem a dor, e que eu deveria continuar  minha jornada no inferno. Pensando bem, acho que eu, na minha inflexível personalidade, posso ter interpretado de forma errado as tais falas...Vai saber!  Quando se recusa a mudança a gente consegue traduzir tudo o que nos vem conforme o entendimento que nos convém.
Sim, acredito que a passagem pelo inferno é salutar. Dor ensina amor. Pois, como bem lembra meu velhinho amando;




Mas escolher ficar lá por apego ao que é, ao medo de se transformar, à ignorância dos diversos fatores a nos influenciar... Isso é intransigência, é crueldade, é desamor.

Eu desejei fazer alma, eu desejei encontrar pessoas, eu desejei ter amores... Eu desejei ter relações profundas, eu sonhei e sonho ser a diferença... 
E...cheguei a me praguejar, a me sufocar, a me machucar por querer desfazer todos esses lampejos. Era dor demais sonhar e sonhar. Era dor demais ficar acorrentada em desejos, a habitar o inferno.
Eu não entendia que estava sendo cruel comigo.
Mas agora sim, agora vejo que eles são mais que minha oportunidade de realização, mais que meus diabos de estimação... Eles são o meu EU que ainda irei ser.

A vida apresenta necessidades para que você sonhe, deseje e imagine... E você deve respondê-la com uma decisão consciente: Aceita sonhar e se transformar para realizar ou prefere o descaso e a negligencia e logo a idealização fantasiosa e infernal?
Fico pensando e imaginando que quando o gênio da lâmpada saía depois que a mesma era esfregada certamente ele dizia: Você está consciente de que a partir desse instante para receber a realização de seus desejos terá de trilhar seu caminho interior?



Aceite sua designação. Se mediante as necessidades foram aqueles sonhos e fantasias que lhe falaram ao coração, foram aquelas pessoas que arrombaram sua razão.. Seja fiel a essas vozes e a essas doces ilusões. Se essas imagens te escolheram para te coabitar, certamente é porque você é capaz de ir onde nenhum outro poderá. Assuma esse compromisso contigo!
Tenha coragem para se modificar, se transformar e não voltar ao que era... Tenha coragem para escolher ser diferente! Tenha coragem de sonhar e seguir seus sonhos...
Eles te conduzirão para muito além da realização... Se tiver empenho eles te conduzirão para o seu EU Futuro.

Um desejo é a profecia do que irá se tornar! O acolha...




sexta-feira, 2 de junho de 2017

QUISERA EU...


Talvez, quando eu tiver 60 anos eu deixe de ligar para o que vocês pensam e falam sobre mim.
Talvez, quando eu tiver uns 10 anos de análise eu seja tão bem resolvida que não me importe se agrado ou não.
Talvez, quando eu conseguir concluir minha carreira acadêmica e ter bagagem teórica que sustente meus raciocínios eu não fique apreensiva por estar destruindo seus castelinhos de areia.
Talvez...
Vai que com mais algumas décadas vocês consigam de fato me cristalizar, me adiamantar, me desalmar.
Sério, eu sinto que vocês podem! Eu vejo isso acontecer aos monte. Vejo inúmeras pessoas desistindo da vida porque vocês conseguiram que elas desistissem. Vocês são bons no que fazem!



Eu descobri que sou fruto de uma geração que perdeu a alma, e que, as pessoas não contente em perder suas almas, fazem de tudo para que os que ainda as têm também as percam.

Era segredo que eu sou ALMA. Com medo de me perder ou ser fragmentada eu me sabotei e  me esqueci. Era tão segredo, que era segredo de mim mesma.
Para guardar esse segredo, eu desci aos infernos e cumprimentei o diabo.
Para guardar esse segredo, eu perambulei por desertos sem oásis.
Para guardar esse segredo, eu me transformei num cavaleiro de guerra.
Para me guardar e não me dissolver em vocês eu sofri, padeci, chorei, me isolei, agonizei...Eu morri.
Eu escolhi a morte, diversas vezes, a ter que viver como vocês, desalmados!
Eu achei que continuaria a ter essa escolha...

O problema é que alma é um negocinho danado... Ela se cria e se reinventa do pó. Do pó mágico da fada ou do pó das patas de um unicórnio. Ela também se cria do orvalho que beija a flor azul, dos olhos verdes do homem, das palavras mansas de uma mulher.
E por mais que tivéssemos morrido e por mais que eu a sufocasse para não estar com vocês, ela insistia e ressurgia. Eram deslumbres apenas, mas ela não desistia.
Foram tantos os seus pequenos aparecimentos, quando eu já tinha certeza que ela era apenas lenda, que acabei a vendo e descobri que o meu segredo continha outro segredo: A de que a minha alma não cabia mais em minhas paredes internas e que ela queria ir para o mundo.
Eu quero me levar para o mundo e fazer mais alma.
Eu não aguento mais morrer, eu quero é viver!

Ok. Descoberto o segredo de meu segredo arrisquei passos e... logo então fui flagelada.

Vocês podem atribuir a essa dor que me causam o conceito de complexo. Para vocês eu posso ser complexada. Quem não é?
Vocês podem também me categorizar de neurótica.
Se quiserem podem ainda me rotular de exagerada, excêntrica, prepotente, egoísta.. Vão em frente..

Mas sabe o que eu sou?

Eu sou alma em busca de outra alma..
Eu sou pele em busca de outra pele
Eu sou o olhar que busca o seu, mas que você me nega
Eu sou o sorriso a te cumprimentar
Eu sou uma fala buscando um cantinho a se ninhar
Eu sou a discussão buscando por suas ideias e opiniões
Eu sou o respeito a te entender
Eu sou eu buscando você!

Eu quero suas diferenças, desde que elas não queiram me subjugar
Eu quero suas divergências, desde que elas não queiram me doutrinar
Eu quero conhecer você desde que você não queira me anular.

Me deixa ser alma... Me deixa existir sem querer me ferir
Me deixa ser Suellen sem querer que eu seja seu desejo.
Me deixa ser eu.

Eu preciso respirar,
Eu preciso levar minha Alma para passear
Por favor, seja capaz de me compreender.. E me conceda a caridade de não ter sua agressividade contra esse meu jeito de ser.

Eu queria ter a força de existir sem vocês.. Mas sabe qual é a minha sina? Alma só é feliz na companhia de outras almas. E com isso, se só, eu não existo e morro. Ou existo, tendo que me esconder para não revelar a vocês que eu sou AQUELA que vocês perderam ou negaram. E aí, é como se eu também morresse.

Quisera eu ter a força de despertar em vocês o desejo de ser ALMA!
Quisera eu ter um amor tão grande por mim mesma para não sucumbir a força massificante dos desalmados..