Como esse espaço se trata de um diário, lá vai mais um acontecimento meu que pode ser publicado. Sim, porque tem alguns que não podem... rsrs
Como desejo que as minhas vivencias possam inspirar aos que por aqui passam!
No dia 23/04 eu vou ao centro da minha cidade em busca de mais um livro indicado pela minha caríssima analista, porém mal sabia eu que a busca por esse livro me levaria a encontrar bem mais do que um titulo. (Na verdade, não voltei com um livro, voltei com três)
Eu aproveitei meu horário de almoço. Sai do meu escritório ao 12:00 hrs e peguei o ônibus. Gosto de andar de ônibus! Ando tanto de carro por conta do meu trabalho que quando posso mudar não titubeio.
Ao adentrar dentro do ônibus lembrei de uma Suellen adolescente que estudava num colégio chamado Lamenha Lins. Eu pegava todos os dias o mesmo ônibus no mesmo horário, sempre com uma mochila nas costas, alguns livros na mãos e muitos sonhos no coração.
Puxei pela memória e tentei me lembrar, que sonhos eram? Quais deles ainda permanecem latentes depois de 14 anos? Quais eu realizei? Quais ainda me esperam para serem realizados? Quais morreram por não terem sidos regados?
O que aquela Suellen deixou de herança para essa atual? O que eu devo àquela Suellen juvenil?
Chego ao meu destino, desço do ônibus e sinto fome. Antes de ir ao endereço do sebo lembro de um gosto, de um paladar todo marcado por lembranças. Procuro pela lanchonete onde quando criança minha mãe me levava para comer X Salada e suco de laranja., longe de ser um Madero, mas me alimentou como tal. Ali sentada naquela mesinha vendo o corre-corre das pessoas pude viajar até minha infância, meu jeito infantil e mais uma vez não pude evitar as perguntas... O que devo aquela Suellen? O que dela é responsabilidade hoje? Quais eram os sonhos daquela consciência infantil?
Ao pagar a conta no caixa, vi babaloo no baleiro... Nossaaaa, a quanto tempo não sinto o gosto daquele caldinho que se mistura àquela goma! E então, senti.
Saí mascando babaloo e subitamente lembrei da minhã mãe dizendo: "Masca de boca fechada menina, senão vai parecer uma vaca ruminando" kkkkk Sabe que já me peguei falando quase as mesmas palavras para o meu filho?!
Quantos vernizes passado nesse tábua crua que já fui!
Chego no sebo, compro os livros e volto de ônibus lendo um livrinho pequenino do Nietzshe "O livro do Filosofo". Me deparo com o seguinte trecho;
"Quando se atinge o aprimoramento da vida, cessará o filosofar? Não, é então que somente que começa o verdadeiro filosofar. O Juízo sobre a existência é revelar mais a respeito, pois tem diante dele o acabamento relativo, todos os véus da arte e todas as ilusões."
Longe de me achar no aprimoramento da minha vida, mas ao ler essas belas palavras me senti lisonjeada por estar sendo amparada pelo ilustríssimo Nietzshe.
Às vezes me sinto uma boba, pois essa vontade de falar, de rever, de se questionar, de se aprofundar, de reflexionar, de tudo virar motivo para publicação me faz sentir piegas, desajeitada a um mundo que tem pressa, que não tem tempo para isso, não tem tempo para mim...
E aí mais uma vez lembrei-me que quando criança, minha brincadeira preferida era escrever cartinhas, cartões para todos da família, fazer livrinhos... Quando adolescente era preencher meus diários, fazer cadernos de poesias... Cresci! E por eu não ter tempo pra mim me perdi. Perdi o hábito de filosofar. Sinto que aos poucos estou reencontrando, ou ainda, ela está me buscando.
Esse trecho do livro do filosofo acendeu em mim uma força, uma certeza.
A cada momento de nossas vidas é preciso ser revelado mais a respeito, pois diante do novo momento é possível conscientizar-se de nossa história, de nossa origem, de nossa missão nessa terra. A cada novo momento existem "grandes efeitos das coisas muitas pequenas".
No dia 25/04 eu sonho em estar comprando um doce de banana que tem a forma de uma hóstia, quase uma lua em noite de céu aberto...
Aquela imagem não me saia da cabeça, até que um pensamento murmurou-me : Comungue-se!
Comunhão: Comum + união. "Ato de realizar ou desenvolver alguma coisa em conjunto/ Harmonia no modo de sentir, pensar, agir, identificação: Comunhão de pensamentos"
Penso que hoje, 17 anos depois da minha 1º comunhão, aquela realizada em celebração solene, estou a comungar do verdadeiro pão. Um pão que nutre, que uni, que harmoniza, que em comum união junta, monta, estrutura, identifica.
ESTOU A COMUNGAR COMIGO, COM O UNIVERSO, COM A VIDA!
Demorei um bocado para vivenciar esse momento, esse despertar, procurei em tantas coisas essa "comum união"... Mas nada me trouxe tamanha numinosidade como esse "filosofar" esse conhecimento de mim que estou a buscar e a encontrar.
Se conselho fosse bom, não se daria vendia né?! Mas isso aqui não é conselho é apenas um filosofar... rsrsrs

Sabe o que é mais gostoso? Essa comunhão não tem fim, cada sabor é único, cada fim é um começo, cada degustar é eterno!
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