segunda-feira, 26 de maio de 2014

Providenciando o funeral


Ainda estes dias eu dialogava com uma grande amiga citando que a forma educativa de nosso PAI SUPREMO é de  uma genialidade tão profunda que duvido encontrar no homem uma criação educacional psicopedagógica semelhante em nossa sociedade e mundo, e vou embasar o porque;

Quando eu comecei a ser inserida na cultura de minha família, do meio onde participo, refiro-me a 1º infância, muita coisa começou a soar estranho. O que posso citar como a mais impactante e turva à minha consciência na época era sobre imagem que ensinaram de Deus.
Quero deixar bem claro que não estou a render criticas aos meus pais e familiares, vejam, eu disse "inserida na cultura", cultura é o conjunto de manifestações artísticas, sociais, linguísticas, e comportamentais de um povo ou civilização. Precisamos entender que não somos  vitimas de uma educação errada de nossos pais, é preciso isenta-los de nossos traumas, eles são apenas representações legais de uma civilização a nos inserir nessa tal civilização. Eu faço aqui a analogia que eles são a serpente que nos induz ao fruto proibido e logo a expulsão do paraíso. 
Nossa, já posso imaginar que se alguém chegar a ler isso, vai entortar o nariz para mim e dizer: A Suellen está dizendo que nossos Pais é o demônio?

Viu só como a imagem de Deus nos ensinada é turva. Porque a serpente precisa ser vista como do mal? Porque a expulsão do paraíso é o pior das mazelas? Porque Deus foi e é tão radical?
Era isso que não entendia muito bem até poucos dias atrás. Se Deus é amor porque expulsou? Se Deus é misericórdia porque castiga? Se Deus tudo sabe porque deixa sofrer?
E por mais que as mais diversas religiões tente de todas as formas explicar, sublimar, esperançar, ficam frestas que continuam a passar dúvidas, porque religiões são feitas por homens e logo dão mostras que o homem não é representante de Deus (Falsos deuses)

Em quanto quisermos entender a mente de Deus através da mente humana mais longe estaremos DELE. Nosso Pai Amado não é para ser entendido e sim para ser sentido. O conhecimento racional nos afasta de Deus e nesse ponto que o insight me estala! 
***Tudo o que estou a escrever aqui não é baseado em teorias e sim na minha prática de vida. Não estou a fazer discurso, estou apenas transcrevendo a minha atual vivencia, deixando registrado. Porque? Porque se cultura é um conjunto de manifestações diversas de um povo, eu sei que a minha contribuição, por mais que singela, contribui para a metamorfose de nossa civilização. Ahhh, se soubéssemos quanta força tem nossa individualidade!!! ***

Pois bem, minha vivencia tem me feito sentir e entender de forma profunda que Deus quer nosso desligamento D'ele, Ele quer que desenvolvamos nosso conhecimento racional,  por isso nossos pais são a serpente a nos conduzir a ir em busca do mundo. Somos instigados a construir um perfil, nossa ocupação, nossa formação, nossa posição social, nossa visualização pro mundo, mesma que seja de mendigo, andarilho, não importa, precisamos construir um perfil, igual Facebook, sabe? Vc precisa se apresentar de alguma forma, caso contrário será um inoperante. Ora, se nascemos na terra é pra ser um terráqueo. Se fosse pra "ser nada" não teríamos nascido. E quanto mais consistente vai ficando nosso perfil mais longe de Deus vamos ficando, quanto mais forte é a nossa personalidade mais fraco é o nosso sentir de Deus, apesar de termos a convicta certeza que personalidade forte e perfil consistente é sinonimo de inteligência e sabedoria.
***Eu fico imaginando Deus muito feliz com esse afastamento,  Ele deve dizer: Esse é meu garato(a), está ficando no ponto pra iniciar o retorno pra casa. Logo de tão maduro vai despencar da árvore e aí sim estará bom para a colheita***

Deus Maldoso? Não! Ele não nos quer igual a zumbi em seu redor, o seguindo por seguir, o adorando, o exaltando apenas com o intuito de que nos livre do mal. ELE nos quer por inteiro, quer a nossa decisão mais profunda e enérgica. Ele nos quer humilde para que então conscientes aceitemos o SEU HABITAR em nós.
E então, no auge de nossa fortaleza nos faz sentir medo, insegurança, ter dúvidas, e não refiro de coisas banais, me refiro a algo que nos ameace a enfraquecer nossa personalidade, a falsear a estabilidade de nosso perfil,  que ameace nosso despencar da árvore como fruto podre.
Não adianta lutar contra a natureza, vamos despencar!
Bendito seja esse despencamento!!!

E voltamos pra Terra, e viramos húmus (não estou falando de morte) estou me referindo em se estatelar, se arrebentar no chão, cair na terra e virar terra.
Aqui, neste momento, entendemos a educação divina e profunda de nosso PAI, até nos estrebuchamos um pouco antes de nos rendermos, mas logo entendemos e aceitamos ser húmus,  ser terra, aceitamos estar com ELE , e só então humilidificados viramos semente e florescemos .
(Lembra da parábola do filho pródigo?)

Em resumo, Deus precisa que construamos nossos castelos de areia, precisa que façamos nosso perfis no facebooks da vida, precisa que participemos do mundo, ELE precisa que de tão maduros nos estatelemos no chão...
DEUS incentiva nossa expulsão, torce pela nossa aventura humana, deseja nossa morte e ALEGRA-SE com o nosso funeral. Ele sabe que é a única forma de nos voltarmos verdadeiramente pra ELE e estar com ELE.


E aqui no solo do meu mundo interior, igual a fruto podre, despretensiosa de tudo que já fiz e construi até aqui, sentindo o dilacerar  dos vermes que devoram minha carne podre, ME SINTO FELIZ.
Sinto que algo vai morrer, já está morrendo, já iniciei o processo funerário do morto para que muito em breve algo novo e verdadeiramente divino comece a florescer!


sexta-feira, 9 de maio de 2014





















O Paradoxo do nosso tempo não é um inimigo, apenas será se não tomarmos consciência dele!
Não é preciso romper com o meio que se vive,  desde que o mundo não te dissocie de vc mesmo. Se isso chegar acontecer, e se sabe quando isso acontece por conta de uma canseira que é NÃO é física, se ajunte, se remonte, se comungue, e só então reata novamente com o mundo.
O mundo só será melhor quando as criaturas que o habitam não forem repartidas ao meio.



sexta-feira, 2 de maio de 2014

Filosofando e comungando...

Como esse espaço se trata de um diário, lá vai mais um acontecimento meu que pode ser publicado. Sim, porque tem alguns que não podem... rsrs
Como desejo que as minhas vivencias possam inspirar aos que por aqui passam!

No dia 23/04 eu vou ao centro da minha cidade em busca de mais um livro indicado pela minha caríssima analista, porém mal sabia eu que a busca por esse livro me levaria a encontrar bem mais do que um titulo. (Na verdade, não voltei com um livro, voltei com três)

Eu aproveitei meu horário de almoço. Sai do meu escritório ao 12:00 hrs e peguei o ônibus. Gosto de andar de ônibus! Ando tanto de carro por conta do meu trabalho que quando posso mudar não titubeio.
Ao adentrar dentro do ônibus lembrei de uma Suellen adolescente que estudava num colégio chamado Lamenha Lins. Eu pegava todos os dias o mesmo ônibus no mesmo horário, sempre com uma mochila nas costas, alguns livros na mãos e muitos sonhos no coração. 
Puxei pela memória e tentei me lembrar, que sonhos eram? Quais deles ainda permanecem latentes depois de 14 anos? Quais eu realizei? Quais ainda me esperam para serem realizados? Quais morreram por não terem sidos regados? 
O que aquela Suellen deixou de herança para essa atual? O que eu devo àquela Suellen juvenil?

Chego ao meu destino, desço do ônibus e sinto fome. Antes de ir ao endereço do sebo lembro de um gosto, de um paladar todo marcado por lembranças. Procuro pela lanchonete onde quando criança minha mãe me levava para comer X Salada e suco de laranja., longe de ser um Madero, mas me alimentou como tal. Ali sentada naquela mesinha vendo o corre-corre das pessoas pude viajar até minha infância, meu jeito infantil e mais uma vez não pude evitar as perguntas... O que devo aquela Suellen? O que dela é responsabilidade hoje? Quais eram os sonhos daquela consciência infantil?

Ao pagar a conta no caixa, vi babaloo no baleiro... Nossaaaa, a quanto tempo não sinto o gosto daquele caldinho que se mistura àquela goma! E então, senti.
Saí mascando babaloo e subitamente lembrei da minhã mãe dizendo: "Masca de boca fechada menina, senão vai parecer uma vaca ruminando" kkkkk Sabe que já me peguei falando quase as mesmas palavras para o meu filho?!
Quantos vernizes passado nesse tábua crua que já fui!

Chego no sebo, compro os livros e volto de ônibus lendo um livrinho pequenino do Nietzshe "O livro do Filosofo". Me deparo com o seguinte trecho;
"Quando se atinge o aprimoramento da vida, cessará o filosofar? Não, é então que somente que começa o verdadeiro filosofar. O Juízo sobre a existência é revelar mais a respeito, pois tem diante dele o acabamento relativo, todos os véus da arte e todas as ilusões."

Longe de me achar no aprimoramento da minha vida, mas ao ler essas belas palavras me senti lisonjeada por estar sendo amparada pelo ilustríssimo Nietzshe.
Às vezes me sinto uma boba, pois essa vontade de falar, de rever, de se questionar, de se aprofundar, de reflexionar, de tudo virar motivo para publicação me faz sentir piegas, desajeitada a um mundo que tem pressa, que não tem tempo para isso, não tem tempo para mim... 
E aí mais uma vez lembrei-me que quando criança, minha brincadeira preferida era escrever cartinhas, cartões para todos da família, fazer livrinhos... Quando adolescente era preencher meus diários, fazer cadernos de poesias... Cresci! E por eu não ter tempo pra mim me perdi.  Perdi o hábito de filosofar. Sinto que aos poucos estou reencontrando, ou ainda, ela está me buscando.

Esse trecho do livro do filosofo acendeu em mim uma força, uma certeza.
A cada momento de nossas vidas é preciso ser revelado mais a respeito, pois diante do novo momento é possível conscientizar-se de nossa história, de nossa origem, de nossa missão nessa terra. A cada novo momento existem "grandes efeitos das coisas muitas pequenas".

No dia 25/04 eu sonho em estar comprando um doce de banana que tem a forma de uma hóstia, quase uma lua em noite de céu aberto...


Aquela imagem não me saia da cabeça, até que um pensamento murmurou-me : Comungue-se!






Comunhão: Comum + união. "Ato de realizar ou desenvolver alguma coisa em conjunto/ Harmonia no modo de sentir, pensar, agir, identificação: Comunhão de pensamentos"
Penso que hoje, 17 anos depois da minha 1º comunhão, aquela realizada em celebração solene, estou a comungar do verdadeiro pão. Um pão que nutre, que uni, que harmoniza, que em comum união junta, monta, estrutura, identifica. 
ESTOU A COMUNGAR COMIGO, COM O UNIVERSO, COM A VIDA!

Demorei um bocado para vivenciar esse momento, esse despertar, procurei em tantas coisas essa "comum união"... Mas nada me trouxe tamanha numinosidade como esse "filosofar" esse conhecimento de mim que estou a buscar e a encontrar.

Se conselho fosse bom, não se daria vendia né?! Mas isso aqui não é conselho é apenas um filosofar... rsrsrs
Comungue-se de você! Para comungar de Cristo e de Deus é preciso sentir e entender o que querem de nós, quais seus pensamentos, suas essências e suas verdades. Como encontrar tudo isso? Somos um ostensório vivo. Deus está dentro de nós, basta nos entendermos e nos amarmos, logo estaremos a COMUNGAR DO PÃO VIVO. E nesse processo, a comum união com universo se faz.
Sabe o que é mais gostoso? Essa comunhão não tem fim, cada sabor é único, cada fim é um começo, cada degustar é eterno!