domingo, 26 de janeiro de 2014

Renuncia...

Em Curitiba tem feito um calor que nós curitibanos desacostumados com a presença do astro rei já começamos a clamar pela fiel e companheira chuva. Aquela chuvinha mansa, mas forte, com seu pingos grossos que chega a doer as costas de quem se aventura a andar sob ela.
Sabe, a vida também é assim... Tão acostumados com algo ou alguém que só notamos sua falta ou clamamos pela sua constante rotina quando os mesmos se desmaterializam de nossos olhos, mãos ou simplesmente somem do nosso alcance...
Eu lia essa semana que uma das tônicas do AMOR é a renuncia. E quem estiver lendo deve estar se perguntando: Oque isso tem haver com a chuva do incio da postagem? Nada, talvez só o fato da chuva ter renunciado a nossa cidade por alguns dias... hahahahah

Mas voltando ao assunto da renuncia, que tbm é amor, descubro que renuncia é muito mais amplo do que abdicar. 
Os apaixonados e entusiastas do amor dizem que em nome desse amor se abre mão de si mesmo, da sua individualidade em função do ser amado. Se abdica de gostos, de companhias, de jeitos e trejeitos para agradar, para não gerar conflitos, pra manter a harmonia. 
Desculpe-me os defensor dessa tese, mas eu chamaria tais atitudes de omissão. Anular-se para que a harmonia seja estabelecida não é amor, é conivência com o desamor. Sim, o desamor a si próprio. Se agredir para que o outro esteja em sua zona de conforto, ou na sua zona de inercia é desrespeito ao seu coração, a sua moral, a sua paz. De forma alguma estou a insultar a tolerância à dois, pois acredito que é preciso sim em um relacionamento ponderações, estou a caminho do meu 8º aniversario de casamento e sei na prática o que é isso.

E por estar nesse caminho fascinante da relação conjugal é que tenho observado que existe uma diferença bastante interessante na renuncia que nos ensinaram, pais, avos, sociedade de um modo geral... E na verdadeira renuncia , aquele proferida pelo maior homem da história, Jesus Cristo.
A renuncia que aprendemos é aquela que já citei acima, que eu identifico como omissão. Muito vivida pela mulheres nos tempos antigos, mas que hoje não é exclusividade do sexo frágil. "Abdicar do interno em favor do externo"
A verdadeira Renuncia é aquela que se abdica do externo em função do interno. Ou seja, que se abre mão do ser amado em favor de algo maior, de uma causa mais profunda, e por isso é uma tônica do AMOR. Verdade, não muito compreendida por aqueles que se vem ainda enraizados em seus Egos. Sim, porque renunciar à alguém a quem amamos muito por não concordar, por não ser conivente às suas atitudes, ou condução da vida, não é frieza, descaso e nem tampouco egoismo, é amor compreensivo, manso e pudente, capaz de entender que não podemos mudar o outro e nem estabelecer regras de conduta baseado na nossa vontade. Seguir nosso caminho sem magoas ou ressentimentos do esforço que desprendemos, do tudo que nos doamos, não é busca de posição de superioridade, pois se demos amor verdadeiro e sincero não se deve  esperar recompensas, nem retribuição.
Ainda não sabemos partir... 
Com o pretexto de "vou dar uma chance a mais" se postega o momento tão fatídico de que deveremos nos questionar, "Será que realmente é Amor ou Posse?"
O Amor só alcança sua maior nota, seu amadurecimento quando se renuncia com alegria, em obediência ao Poder Supremo, compreendendo a sublimidade de seus desígnios

Jesus, no momento do Calvário, atravessava as ruas de Jerusalém, como se estivesse diante da humanidade inteira, ensinando a virtude da renuncia por amor à algo muito maior....

Que a chuva, quando cair, possa refrescar nossos corações e assim ajudar-nos a decidir qual o momento da partida... Que não seja já, e nem tão longe...Que seja bonito e natural, capaz de aumentar o tom dessa musicalidade chamada Amor.


Um comentário:

  1. Ah como essa Renuncia as vezes fala muito de nós, pois hj em dia as pessoas estão tão individualistas que não é só no matrimonio que fazemos renuncias e sim ao longo do dia, do ano e da vida toda....Mas quando chegam a se casar, ai sim essa renuncia pode as vezes ser para o bem ou para o mal de um casal, não a renuncia de um parar de amar mais o outro e se abdicar, mas a renuncia de querer sempre fazer algo para não tornar um pequeno detalhe em uma avalanche de brigas e contendas, pois o Amor verdadeiro sim supera várias coisas, mas não é tolo pois quem ama cuida, e não tenta trocar ou achar que não tem mais valor......Bjsssssssss.

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